segunda-feira, 20 de julho de 2009

AIDS X Consultório: medo, preconceito e ética profissional


Após ler a matéria intitulada “Dentistas recusam pacientes com Aids”, capa do Jornal local Correio da Bahia (19/07/2009), resolvi escrever um pouquinho sobre o assunto.
Os profissionais de saúde se encontram em um conflito no que diz respeito à preocupação em suprir as necessidades de seus pacientes e, por outro lado, a preocupação em não se contaminar pelos mesmos.
O melhor atendimento Odontológico de rotina baseia-se na capacidade de tratar o paciente com segurança, independentemente de um conhecimento prévio da sua sorologia positiva para o HIV ou qualquer outra infecção.
Durante toda a minha vida acadêmica, o assunto biossegurança foi muito bem pontuado por todos os professores. Assim, fomos informados que os cuidados devem ser para todos sempre, mesmo porque, muitas vezes nem o paciente sabe ainda que está infectado ou, simplesmente, omitem esta informação. Segundo a OMS, nove entre dez pessoas infectadas pelo HIV não sabem que são portadores do vírus.
Não vou dizer aqui que não tenho medo da contaminação, mas precisamos vencer os nossos medos. E como nós, profissionais da área de saúde, vencemos este? Simplesmente usando as informações que nos foi passada na vida acadêmica. Acha insuficiente?Busque mais... Leia, navegue e se informe!! O que não podemos é negar atendimento. Sabemos que do ponto de vista ético e legal tal atitude é discriminatória.
Existe aqui em Salvador o Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa – CEDAP, que faz atendimento a estes pacientes. Na matéria em questão o cirurgião-dentista Samir Dahia afirma que o serviço estar “inchado” por conta das recusas de clínicas particulares e também das unidades públicas de Saúde Bucal. Ele ainda afirma que o CEDAP é um centro de referência voltado para casos de complexidade média e alta, o que não justifica uma simples restauração ser encaminhada para tal centro.
Deixar claro aqui que não estou criticando ninguém!Apenas colocando o meu ponto de vista para o assunto em questão lido na matéria.
Para concluir, acho que o CRO pode pensar em meios para orientar (palestras, capacitação, etc.) tanto a rede pública quanto privada em casos de desinformação.

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