quarta-feira, 9 de junho de 2010

Estudo da FSP (USP) mostra condição do Idoso e ajuda a definir políticas públicas


As áreas de maior risco para idosos terem menos de 20 dentes estão no Nordeste, Norte, MT e PR (http://www.usp.br/agen/?p=24514)



Um grande projeto da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP em curso desde 2000 mostrou que metade dos brasileiros entre 35 e 45 anos perdeu ao menos 12 dentes e que cerca de 80% dos idosos no País têm menos de 20 dentes. Segundo o estudo, aproximadamente 35% dos idosos que precisam de dentadura não tem acesso a ela.

A pesquisa analisou dados do levantamento mais recente sobre o assunto, o Projeto Saúde Bucal Brasil 2003, publicado pelo Ministério da Saúde em 2004. O levantamento foi feito em 250 municípios de todos os estados e abrangeu 13.471 adultos entre 35 e 44 anos e 5.349 idosos entre 65 e 74 anos.

“Quem tem menos de 20 dentes não consegue mastigar ou falar de forma eficiente”, explica o dentista Rafael da Silveira Moreira, autor da tese. “E a estética fica comprometida”.

A pesquisa aponta que a média de perda dentária e edentulismo funcional foram maiores entre os habitantes de cidades pequenas, estados onde são extraídos mais dentes por habitante e regiões com menor número de dentistas por habitante. Com essas informações, Silveira elaborou mapas mostrando as áreas do Brasil em que esses fatores de risco estão mais presentes.

Áreas de risco alto para perda dentária estão presentes principalmente no Mato Groso e Pará, no oeste da região Norte, em todos os estados do Nordeste, exceto Pernambuco e Bahia. Também há áreas menores na divisa entre Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.

O risco para edentulismo funcional é mais alto nas regiões Norte e Nordeste inteiras. Há manchas de risco altíssimo em regiões do interior da Bahia, Maranhão, Pará, Amapá e Amazonas. Há somente uma mancha de baixo risco, entre o Vale do Paraíba e a Região Metropolitana de São Paulo.

“A pesquisa ajuda a orientar políticas de saúde pública”, explica o professor da FSP Júlio César Pereira, orientador de Silveira. “O prefeito de uma cidade que agrega muitos fatores de risco pode ir a Brasília, mostrar esse mapa e pleitear mais recursos.”

Além disso, os resultados podem servir para mostrar aos dentistas quais pacientes têm maior risco de perda dentária. “Assim, quando entrar um paciente com perfil de risco, ele já sabe como atender”, diz Pereira.

A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP planeja agora sua terceira fase. Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe) é uma extensa pesquisa realizada com idosos do município de São Paulo, trazendo indicadores sobre vários campos da vida deste segmento populacional, que aumenta a cada dia, e sobre o qual, dados que ajudem na formulação de políticas públicas ainda são escassos. O Sabe é um dos únicos estudos longitudinais – com entrevistas e avaliações repetidas com as mesmas pessoas no decorrer de um longo período de tempo – do país sobre saúde e condições de vida de idosos


A tese de Silveira pode ser consultada no Banco de Teses da USP.

FONTE:Agência USP de Notícias

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